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Wilson Aparecido da Costa Amorim

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Identificação

Eu sou Wilson Aparecido Costa de Amorim. Eu nasci no dia 12 de abril de 1962 e sou paulistano.

 

 

Formação Acadêmica

 

 

Fiz escola pública até o colegial. Depois fiz cursinho no Equipe como bolsista, entrei na faculdade e me formei pela Faculdade de Economia da USP. Ingressei em 1980 e saí no meio de 1984. Em 85, eu iniciei o mestrado na PUC, também em Economia, e concluí em dezembro de 92. Atualmente, faço doutorado em Administração na FEA-USP [Faculdade de Administração e Economia da Universidade de São Paulo], de novo.

 

 

Trajetória Profissional

 

 

Trabalhei com a minha mãe, por volta dos 13 anos de idade. Na loja da minha mãe, em 75. Ela possuía uma loja de roupas no Shopping Center Lapa e eu ajudava no atendimento. Trabalhei com ela de 75 até 78. Antes, eu trabalhara com uma tia, numa outra loja, ajudando nos finais de ano, em 73, 74. Depois, parei de trabalhar e fui estudar.

Comecei a trabalhar como pesquisador de campo na faculdade. Fui estagiário até terminar a faculdade; depois virei técnico de pesquisa na FIA/USP, Fundação Instituto de Administração da FEA-USP. Trabalhei na Fipe [Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas] e entrei no DIEESE.

Hoje sou professor de Economia, na Universidade São Judas. Sou também coordenador de projeto e estou mais na condição de consultor que propriamente de técnico de linha. Existe certa coerência nesta trajetória, as coisas foram se encaminhando de uma maneira interessante porque loja envolve venda, venda envolve negociação... A minha criação, de pequeno para adolescente, foi ver as pessoas fazerem negociação, só que numa venda. Eu nunca fui vendedor, mas sempre gostei de ver como isso acontecia. Na faculdade, fui trabalhar com pesquisa. Eu saía na rua para pesquisar algumas imobiliárias e conversar com gente a respeito de determinados assuntos. Depois, fui fazer pesquisa de campo com bóias-frias e entrevistar gente. Eu acabei trabalhando com pesquisa antes de entrar no DIEESE. E o DIEESE é um órgão que negocia e, por acaso, eu tinha um pouco da minha memória de adolescência. No fundo, o meu trabalho durante o período da universidade não foi um trabalho em banco, não foi um trabalho em empresa, não fiz estágio em empresa. Foi um trabalho no meio de relatórios de pesquisa, no meio de elaboração de questionários e tabulação.

 

Trajetória no Dieese

Eu não conhecia o DIEESE. Tive um contato de balcão com o DIEESE uma única vez, mas eu não tinha muita noção do que era. Até porque minha família também não é uma família de trabalhadores originários da indústria ou que, por acaso, tivesse tido um passado de sindicalista, ou de militância sindical. Minha família não tem conexão nenhuma com esse aspecto da sociedade.

Eu me casei no começo de 87. O projeto onde eu trabalhava ia acabar e eu precisava de emprego. Apareceu uma oportunidade para participar de um processo de seleção para ingressar no DIEESE, naquela época. A princípio não me atentou muito porque tinha que conversar um pouco com um professor com o qual eu não tinha muita simpatia na época, que era quem havia recebido o cartaz de divulgação da seleção. Mas um amigo meu, me deu um tranco e disse: “Ah, você precisa de emprego. Vai lá e fala com o cara e ele vai te explicar qual é o serviço.” Na verdade, ele nem me explicou, eu vim, fiz a seleção e entrei. Fiz a seleção no dia 27 de abril de 1987. Comecei o treinamento no dia 15 de maio. Comecei a trabalhar, de verdade, no dia 6 de junho de 87. E aí eu fui conhecer o DIEESE.

Eu me entusiasmei muito pelo trabalho. Eu não trabalhava exatamente como economista, apesar de formado há mais de dois anos; apesar de já estar fazendo mestrado; trabalhava com pesquisas na área de pessoal de administração. O DIEESE ofereceu uma possibilidade de trabalho que, para o economista, era uma coisa fantástica. Eu podia fazer análise de balanço, análise de conjuntura. Podia dar palestra. Podia fazer coisas que um dia eu imaginei que seriam interessantes. O início foi isso. Passei a ser exigido como economista de uma forma bastante forte. Tinha que saber as coisas na ponta da língua para explicar aos sindicalistas, tinha que entender tudo muito rápido. Entrei como técnico pleno.

Eu fiz um percurso dentro do DIEESE. Eu sempre gostei de fazer várias coisas. Eu sou meio renascentista, e muito pretensioso, nesse sentido, evidente. Eu nunca me contentei em fazer um determinado trabalho especializado. Fiz de tudo um pouco, queria experimentar. A minha inserção profissional era como técnico de subseção, trabalhava como assessor econômico do DIEESE dentro de uma entidade sindical. Essa é uma das dimensões do trabalho: existe a assessoria, a pesquisa e a educação. Agora eu me meti a fazer tudo.

No tempo em que eu estive com os bancários, eu era uma espécie de chefia intermediária. Na época, chamávamos “supervisor da linha bancária”. Era um grupo de técnicos do DIEESE que trabalhava dentro de entidades sindicais bancárias; chegou-se a ter 18 pessoas nessa condição. Eu fazia a supervisão do trabalho. No fundo era articular o trabalho porque era necessário atuar dentro de uma mesma linguagem, dentro de uma mesma lógica, dentro de uma mesma norma. Tinha que ter um padrão de trabalho. Minha função era, além de ajudar a federação onde estava trabalhando, colocar a equipe trabalhando na mesma direção: combinava as condições de trabalho, os números que iam ser usados nos trabalhos técnicos.

 

 

Assessoria

 

 

Em 1995, eu fui convidado para assumir a chamada Coordenação de Linhas que era ser o chefe dos supervisores de linhas, que eram várias. Significava fazer parte da direção técnica do DIEESE.Da mesma forma que existia o pessoal dos bancários, havia o pessoal dos servidores públicos, dos metalúrgicos, dos eletricitários e assim por diante. Algumas linhas trabalhavam mais articuladamente, outras menos. Minha tarefa era colocar as equipes de acordo com o planejamento do DIEESE. Toda a atividade técnica tem que ser muito discutida internamente para que ela, quando for a público, vá como uma visão coletiva.

Na supervisão, quem coordena o trabalho tem, por obrigação, garantir que, primeiro, o trabalho seja resultado de uma ação coletiva; segundo, que essa ação coletiva seja coerente com aquilo que é o pensamento, o conhecimento da organização. Minha tarefa era criar os espaços para essas condições e cobrar que as pessoas trabalhassem a partir dessas condições comuns. O tempo passou e eu acabei, por uma série de circunstâncias, assumindo também a coordenação de escritórios, por volta de 1998. Foi uma outra etapa. Os escritórios regionais eram reproduções do DIEESE em 15 estados, naquela época. Hoje tem menos. Eles têm direções sindicais, têm sócios e a tarefa era coordenar essa outra equipe. Naquela época, 90 pessoas estavam embaixo do guarda-chuva. Provavelmente, umas 60, 70 de perfil técnico, gente formada com terceiro grau e umas 20 pessoas, que eram ou pesquisadores, na sua maior parte, de campo, gente para coletar dados na rua e gente da área administrativa.

 

Técnico X Sindicalista

Em relação à direção sindical, os estudos chegavam a uma conclusão técnica a partir do posicionamento técnico-científico. Esse é o ponto de partida. Tem que ter todo o tato de passar essas posições, explicar, entender a opinião dos dirigentes sindicais a respeito do que está acontecendo. Porque, às vezes, os números não vão dizer, não coincidem com o que eles querem fazer. Eventualmente para eles seria interessante ter um número de inflação mais alto, para poder gritar mais na época da campanha. Nós dizíamos: “Não, a inflação é mais baixa.” Eles ficavam decepcionados, mas, na larga maioria das vezes, isso não era um problema. Era uma fonte de respeito. Na maior parte do tempo, eles compreenderam que era assim que trabalhávamos.

No caso do DIEESE, internamente, de alguma maneira, as pessoas se sentem envolvidas. Elas sempre acham que participam menos do que queriam das decisões. Mas, percebe-se que no DIEESE se conversa mais a respeito do que vai ser feito, coletivamente, do que em outros lugares. As pessoas ficam viciadas nisso. É um jeito muito legal de trabalhar. Mas, é um jeito de matar também as chefias porque tem hora que realmente queremos baixar a ordem e sermos obedecidos, mas não é assim que funciona. Tem que ter muita capacidade de negociação.

 

 

Assessoria/Negociação

 

 

O DIEESE passou a cuidar de maneira mais forte, de negociação coletiva, no final da década de 70. Na medida em que o movimento sindical voltou a ter uma posição importante na sociedade, a negociação também ganhou esse espaço. Esse eixo de trabalho do DIEESE, que é a negociação, pode mudar muita coisa, mas dificilmente esse eixo vai ser abandonado porque ele é pressuposto da existência movimento sindical. A tarefa dos técnicos do DIEESE, nesse caso, é tornar a negociação um ato consciente, organizado, e estruturado, baseada na experiência, no conhecimento. Isso acaba sendo percebido pelo dirigente sindical como sendo o que o DIEESE sabe fazer bem.

Eu me sentia na obrigação de registrar dados como uma informação adicional, ou diferente, ou nova, com os dirigentes sindicais, num primeiro momento. Quando comecei a estudar para o mestrado, percebi que a área dentro da negociação coletiva tinha duas abordagens possíveis: uma dos sociólogos, dos cientistas políticos, que era ver partido político, ver mobilização; e a outra, dos advogados, a das questões legais da negociação. Teoricamente estas abordagens não me ajudavam a trabalhar como negociador. E tinha a visão dos economistas, que não existia. Quando eu fui fazer a tese sobre os bancários, corri atrás da bibliografia que existia sobre negociação coletiva. Eu peguei a parte teórica em alguns autores e trouxe aquilo para experiência que eu tinha. Eu fazia relatórios de negociação. Eu me dei ao trabalho de fazer a memória das negociações, coisa que naquela época, naquele grupo, que eu assessorava, não existia. Depois de três ou quatro anos, eles passaram a ter um banco de dados que eu comecei a respeito das negociações e, aí, outros companheiros foram fazendo também. Acho que isso tem prosseguimento até agora. A experiência profissional era muito rica, então falei: “Vou sistematizar isso tudo, nem todo mundo sabe o que acontece num lugar desses em que se negocia. Eu quero ter essas informações para passar adiante, para usar profissionalmente também do ponto de vista técnico.” Então, eu sou um analista de negociação coletiva.

 


Educação/Formação Sindical

A formação do DIEESE, quando entrei, me foi ensinado o seguinte: o DIEESE é um lugar onde as pessoas quando vão fazer Educação Sindical têm que incorporar o conhecimento do trabalhador. Isso é a primeira coisa. A segunda coisa é: a pessoa que faz educação no DIEESE é uma pessoa que está em pé de igualdade com aquele, com a qual ela tem contato no momento de formação. E a terceira coisa: o conteúdo que você tem, que é o seu conhecimento como técnico, tem que ser passado de uma maneira a aproveitar a experiência do outro e ser devolvido como um problema novo a ser solucionado. Na alça de possibilidades “solução-sujeito”, eu trabalhei assim a vida toda dentro do DIEESE, até 2003. Fui treinado para isso, embora, à época em que eu tivesse entrado no DIEESE a equipe de Educação fosse uma equipe à parte. As pessoas que faziam educação no DIEESE naquela época gostavam de mim e trabalhavam comigo de bom grado. Posso dizer que aprendi muito. Depois passei à etapa de formar pessoas. Eu não tenho uma formação conceitual, sólida, para avançar muito nessa formulação, mas eu diria que aprendi o suficiente para fazer uma formação dentro do DIEESE, dentro daquilo que o DIEESE defendia.

A prática está se sofisticando, mas ela não fugiu à essência de respeitar o trabalhador como fonte de conhecimento, de experiência, gente em pé de igualdade, a educação para libertação, a educação construtivista, método Paulo Freire. Como educador li a orelha dos livros, mas pratiquei muito; então, não dá para negar a importância disso. Do ponto de vista da universidade, isso é uma prática que não dá para transferir. Eu não tenho como fazer isso. O DIEESE dá o espaço e se trabalha por adesão. A universidade não dá esse espaço, a forma de trabalhar é completamente outra, o público é outro. A concepção tradicional de educação na universidade não te deixa criar coisas diferentes. É difícil reproduzir essa experiência do DIEESE em outros lugares. Mudamos como gente, mas como educador, tem que ser outro lá dentro. Eu não sou um formador como “dieeseano” dentro da universidade. Já o DIEESE não tinha uma política propriamente dita, desenhada para capacitar técnicos novos. A partir da metade da década de 90 passou a ter, mas uma coisa mais em escala: “Vamos pegar os técnicos e colocá-los para incorporar determinados conhecimentos técnicos.” Eu acho que isso foi feito muito bem pela área de Educação.

 

 

Importância do Dieese

 

 

O DIEESE é uma entidade que, para sociedade, é desconhecida. Sempre me impressionei muito com essa humilde identificação das pessoas com o que o DIEESE faz, o que o DIEESE é. De maneira geral, quem trabalha no DIEESE valoriza muito que o DIEESE é. O DIEESE é menor do que a gente, dentro do DIEESE imagina que ele é, do ponto de vista de importância. Reconhecer isso ajuda a termos um pouco mais de sanidade mental, digamos assim, para lidar com as coisas. Não criar problemas maiores do que aqueles que podemos resolver, diminui o grau de responsabilidade. Reconhecendo isso, colocando o DIEESE, pelo menos na minha visão, no lugar correto, ele tem uma importância grande. O DIEESE complementa dentro do movimento sindical uma lacuna que é a da sistematização do conhecimento. É um lugar onde o conhecimento a favor do sindicato está consolidado e está sendo renovado, sendo criado, sendo transformado. Essa é a primeira finalidade. É lugar onde se guarda a informação de utilidade para um pedaço da sociedade. A outra coisa que eu acho interessante, o DIEESE sempre teve uma vocação, para dialogar com a sociedade e de alguns anos para cá isto vem crescendo. Fez isso, de certa forma limitado pelo tamanho dele de grana, mas ele sempre teve uma possibilidade, de pelos trabalhadores e, por conta de ter credibilidade, de falar com o Governo, falar com a imprensa. Ele tem uma identidade que é voltada para esse público. Para continuidade do DIEESE, esse pedaço do precisa ser mais valorizado no futuro. Por uma razão simples: se a democracia avança, o diálogo também tem que ser valorizado. O diálogo tem que ser feito com idéias e conhecimento e isso o DIEESE tem para oferecer. Eu acho que o mais importante desta história toda é que o DIEESE tem um jeito de trabalhar que favorece a disseminação, a incorporação e a produção do conhecimento. Porque a lógica do trabalho pela negociação, obriga o DIEESE a pensar o “outro” o tempo todo. Acho que dentro da sociedade são poucas as instituições que têm capacidade de dialogar, de maneira multilateral, de maneira confiável, respeitável, com qualidade. Fazer isso e organizar. Uma outra qualidade que o trabalho no DIEESE tem: organizar problemas. O DIEESE pode não resolver problemas, mas ele organiza bem. É o ponto de partida para qualquer solução. Acho que a sociedade organizada e esclarecida valoriza os seus interlocutores. O DIEESE tem um lugar reservado para esse tipo de coisa. Eu estive em missões de representação e fui muito respeitado pelo fato de pertencer ao DIEESE. Esse tipo de capital político é uma coisa, enfim, perceptível.

Tem a demanda social, mas o DIEESE tem que se esforçar muito para que essa demanda aumente ou não desapareça. Porque o DIEESE vai ter de pensar o seu futuro a partir disso. As coisas não são eternas. A conjuntura muda. É uma coisa que ajuda você a permanecer como interlocutor. Tem que ter muito discernimento, porque a questão não é só pela capacidade de previsão, é plantar na sociedade a agenda do desemprego e essa agenda, num determinado momento, virar assunto com outros atores. O poder de interferência do DIEESE nisso tudo não é muito grande, mas ele não pode deixar de ter. Então, tem de criar fato, tem que criar assunto, tem que pautar imprensa, tem que pautar os dirigentes, os patrões. É nisso que faremos o futuro e garantiremos o espaço para instituição.

 

Avaliação/Trajetória de Vida

 

 

É difícil avaliar a minha trajetória de vida. Estou planejando trabalhar, digamos, mais 25 anos. Eu suponho que vou trabalhar até os 70 anos. Eu acho que hoje sou mais professor do que eu era a cinco, seis anos atrás e, provavelmente, eu vá ser professor mais do que qualquer outra coisa. Eu avalio hoje que a experiência que tive no DIEESE, é evidente, criou um “antes e um depois”. Eu não era do meio trabalhista, não era sindicalista nem nada e passei a fazer parte desse mundo. Fui incorporado, fui aceito e trabalhei muito por isso. Hoje eu, saio disso um pouco disso, mas ainda vou ter áreas de intersecção com esse mundo. Eu continuo achando o mundo do trabalho uma área importante a ser discutida, do ponto de vista da carreira. Eu tenho feito e, se tudo der certo, vou continuar a fazer o que eu gosto. Eu não sofro para trabalhar. Como professor, a gente sofre fisicamente às vezes, mas não é um desgaste psicológico dar aula. Da mesma forma, não fui contra meus princípios ao trabalhar no DIEESE durante todo o tempo. No futuro, eu vou procurar manter essa coerência. Fazer coisas que eu realmente gosto, me orgulho e tudo o mais. Tem gente que não faz muita questão disto. Eu sou assim: ou eu faço o que eu gosto ou vou ser muito triste. Isto não consigo fazer isso durante muito tempo. Cresci no tempo em que estive no DIEESE. Reinventei coisas para poder aprender, para poder consolidar este aprendizado. Do ponto de vista da carreira, cheguei a um ponto no DIEESE, na direção técnica, que o que eu poderia ser mais, na hierarquia, era ser diretor técnico. Mas isso não me atraiu, não tive essa ambição. Não vou dizer que não tivesse capacidade, isso eu posso falar. Pelo tipo de gente que temos no DIEESE, gente boa em número suficiente para trabalhar junto e as coisas darem certo. Estas pessoas iriam ajudar, como ajudam qualquer diretor técnico. Depois de 16 anos eu falei: “Bom, eu como diretor técnico eu teria que encarar um projeto de, sei lá, mais quantos anos. Seriam muitos anos e eu acho que eu preciso voltar a estudar.” E, apesar de eu ter aprendido muito, senti muita falta de voltar aos bancos de escola, acrescentar algum conhecimento de natureza diferente que não fosse só o experencial. A minha intenção é me dedicar à carreira acadêmica. O que vai ser, eu não sei; a carreira acadêmica não anda sozinha. Acho que é preciso também ser um pouco consultor e na maior parte do tempo professor. Eu sempre vou ter um repertório a respeito de sindicatos, de trabalho, essa coisa toda. Eu não descolei disso. Fiquei tentado a trabalhar nessa área de contato mas não sou mais um cara full-time dieeseano. O DIEESE tem dezenas de pessoas trabalhando em órgãos governamentais e essas pessoas são facilmente reconhecidas pelo jeito de trabalhar. Sou um conciliador. Procuro conciliar o tempo todo porque detesto a briga pela briga. Isso me levou a ser coordenador do DIEESE. Então, eu vou continuar sendo assim.

 

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